terça-feira, 17 de julho de 2012

Chega de trampolins municipais, por Ateneia Feijó






Evidente que a liberdade e a qualidade de vida das populações humanas dependem de como elas vigiam seus governos; cobram, questionam ou interagem com eles. Falo dos governos municipais, estaduais e federal. Seja lá como for, não existem acordos possíveis se não houver debates de ideias e opiniões produtivas...

E se é evidente, por que estou a falar disso? Para lembrar que, neste país, talvez o maior problema do momento esteja na relutância de muitos cidadãos aceitarem a diversidade de pensamento.
Seria um novo tipo de preconceito? Parece que só se reconhece a polêmica sanguinária, na qual inexistem argumentação, lógica e racionalidade. Apenas o placar final, com quem perde e quem ganha.
Sei não. Vide, por exemplo, a situação do novo Código Florestal. Ou como a Rio +20 passou a ser ignorada pelo empate no placar. Apesar de grandes discussões inspiradoras que devem resultar em práticas sustentáveis em cidades no planeta todo.
No início deste mês, a empresa de consultoria internacional KPMG lançou sua segunda edição do relatório “Infraestrutura 100: Cidades Mundiais” durante a Cúpula das Cidades do Mundo, em Cingapura.
O Brasil se destacou com o projeto “Cidade Inteligente Búzios”, um dos dez primeiros na lista das 100 iniciativas globais mais inovadoras de infraestrutura urbana. Sua proposta? Consumo eficiente de energia.
Desenvolvido pela Endesa Brasil, o projeto transformará Búzios (município do Rio de Janeiro) em um grande laboratório. Entre outras coisas, converterá a atual rede de distribuição de energia em uma rede automatizada com medidores digitais. O que permitirá calcular tarifas diferenciadas. Como exatamente?
Um diretor da empresa explicou à repórter Alana Gandra (Agência Brasil) que, a partir da medição digital, uma pessoa saberá qual cômodo de sua casa está gastando mais e a que horas isso ocorre. Com esse conhecimento, o morador de Búzios poderá gerenciar bem melhor o seu consumo de energia.
Serão testadas diversas tecnologias, porém de uma forma gradual e com até 500 clientes. Se o resultado for positivo, o plano será estendido então a todo o município.
Animador ver cidades concorrendo com investimentos de soluções sustentáveis.
E, lamentável, enxergar tão pouca importância para as parcerias público-privadas (sérias). Perceber que não se presta atenção às políticas locais; aceitas como trampolins politiqueiros para eleição nacional. Não dá. É impossível desenvolver um país sem prefeituras competentes.

por Ateneia Feijó


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